ARTROSE
A famosa doença da “maior ou terceira idade” hoje aparece cada dia mais precoce. Há quem diga que após os 55 anos a maioria das pessoas tem algum grau de artrose; é bem verdade que apenas 25 a 35% apresentam os sintomas da doença. Apesar de tão frequente, a doença, também conhecida como reumatismo degenerativo, osteoartrose ou osteoartrite, ainda é motivo de muitas dúvidas. Muita gente não sabe o que é, nem como se caracteriza a artrose, confusão ainda é maior já que, para muitas pessoas, artrite e artrose são estágios do mesmo mal. Não são.
Enquanto a artrite é uma inflamação da junta que pode gerar a chamada artrose secundária; a artrose é, por definição, uma doença da articulação.
O que se sabe é que só em alguns casos ela se torna incapacitante, em geral quando se torna muito avançada e principalmente se evoluir sem um tratamento adequado. Em nosso país é uma das principais causas de absenteísmo laborativo, só ultrapassada pela hipertensão arterial sistêmica.
Definida como doença da articulação, ou melhor, da cartilagem no interior das articulações, trata-se de um problema crônico, que acomete homens e mulheres em igual proporção, apresentando seus primeiros sinais a partir dos 40 anos. Para entendê-la melhor, é preciso saber que uma articulação funciona como uma engrenagem e tem função de suporte do corpo.
Constituída por osso, cartilagem, um revestimento interno chamado sinovial e um revestimento externo, composto basicamente de ligamentos, ou cápsulas, são as articulações que dão flexibilidade aos movimentos. A cartilagem do interior das articulações é composta por células chamadas condrócitos, fibras e uma matriz. Não possui nervos e nem é vascularizada, fator que facilita o desgaste e os fenômenos degenerativos.
O início:
Traumas imperceptíveis fazem com que as células da cartilagem (condrócitos) liberem enzimas que produzem uma fissura em sua estrutura, dando inicio à degeneração. Esses pequenos traumas podem ocorrer pelo simples fato de caminhar, subir escadas ou escrever muito. Devemos lembrar que existe um fator de predisposição genética que facilita a ocorrência da artrose. E convém frisar que a degeneração da cartilagem articular não é decorrente só do envelhecimento, mas principalmente pelo seu uso continuado e frequente e não há como fugir disso.
Sintomas:
É sempre a dor, que varia de intensidade de acordo com o grau de acometimento, que caracteriza a doença. Os primeiros sinais são sempre a dificuldade de movimentação articular principalmente pela manhã, ao despertar. Com o passar das horas e o aquecimento das juntas, a dor e a movimentação melhoram, podendo voltar a incomodar à noite.
Não existe exame laboratorial que diagnostique com precisão a doença. É através da avaliação clínica e exames radiológicos que se identifica a artrose e o grau de degeneração articular. As articulações que mais sofrem processo degenerativo são as mãos, quadril e joelhos, as chamadas artroses periféricas. E as que surgem na coluna que são as artroses centrais.
Mãos: Acomete principalmente a articulação distal dos dedos (próxima às unhas) e caracteriza-se, principalmente, pela formação de nódulos. Se o individuo permitir a evolução do problema, a limitação de movimentos e a dor tornam difíceis as mais simples tarefas domésticas.
Quadril: A problemática articular limita o movimento. Além da dor, a pessoa passa a mancar e, muitas vezes, não consegue cruzar as pernas.
Joelhos: É o único que pode ocorrer por problemas de formação congênita, como nos casos de varo (perna de cavaleiro em forma de arco) ou valgo (perna em forma de tesoura, ou junteiro). O quadro clínico se caracteriza por estalos e a sensação do ranger da articulação quando em movimento. A limitação de mobilidade vai se tornando cada vez maior.
O primeiro ponto do tratamento deve ser explicar ao indivíduo que a artrose não é uma doença grave, apenas limitante. E que, embora haja melhoras e a possibilidade de impedir a progressão do mal, não há regressão do quadro clínico. Por isso mesmo, quanto mais cedo se iniciar o tratamento, melhor. Assim que o paciente perceber os primeiros sintomas, deve procurar o médico para uma avaliação clínica e radiológica.
Coluna: Varia de acordo com o segmento afetado. Na cervical, por exemplo, pode ocasionar dor na parte posterior da cabeça, que depois se irradia para a fronte, além de tonteiras, zumbidos e sensação de dormência nos braços e nas mãos. O quadro clínico pode ser agravado por problemas de tensão emocional, provocando ardência, queimação e endurecimento da musculatura dos ombros e pescoço. Quando a artrose se dá na lombar, o acometimento mais frequente é chamado de ciática, já que a artrose na vértebra e no disco intervertebral termina por envolver o nervo.
Prevenção:
É difícil prevenir o surgimento da artrose, mas podemos evitar o seu agravamento:
• Redução de peso
• Evitar funções que agravem o problema, forçando uma articulação de forma específica
• Fazer caminhadas em superfícies lisas
• Corrigir na infância e adolescência os problemas posturais
• Nas corridas ou caminhadas usar sempre tênis específicos para elas
• Dormir em colchões “ortopédicos” e, por fim, que deveria ser o início, após os 35 anos fazer anualmente uma consulta com um ortopedista para avaliar articulações, extremidades, quadris e coluna.
Nossa grande preocupação recai nos idosos que se queixam de que a artrose não tem cura, e na verdade eles não se preocupam é em fazer um tratamento adequado que possa melhorar o seu quadro clínico. Se é verdade que não há regressão da doença, sabe-se que se pode aliviar bastante a dor e estagnar o desenvolvimento do problema, antes que se chegue a uma limitação total dos movimentos.
Na fase aguda, são indicados antiinflamatórios e analgésicos para aliviar a dor. Depois, são prescritos medicamentos protetores da cartilagem, para que a seu redor se forme uma espécie de revestimento. O tratamento iniciado precocemente evita que a fissura aumente de tamanho e que os condrócitos liberem mais enzimas, agravando o processo degenerativo. O que irá provocar um processo inflamatório no revestimento interno da cartilagem (sinovial), dando início a um círculo vicioso e tornando o tratamento cada vez mais difícil.
Para completar o tratamento clínico, a fisioterapia é fundamental. Seja com aparelhos de ondas curtas ou ultrassom, ionização e hidroterapia. Terapia alternativa como a acupuntura auxiliam na redução da dor, liberando analgésicos naturais do organismo (endorfinas).
Também deve ser recomendada terapia corporal para correção dos vícios de postura, que em geral agravam a artrose. Convém lembrar que um fator causal e agravante da artrose é o sobrepeso e a obesidade, portanto o acompanhamento com um nutricionista para a obtenção do peso ideal do indivíduo é imprescindível para o êxito do tratamento da artrose.
No campo da cirurgia, a indicação é a artroplastia, para os casos em que o desgaste da articulação está avançado e a incapacidade funcional é muito grande. Geralmente, é recomendada quando se trata de mãos, joelhos e quadril. Durante a operação, substituem-se a junta degenerada por uma prótese. A indicação cirúrgica, entretanto, só é feita em último caso.
Especificamente no tratamento dos joelhos, a recente utilização do ácido hialurônico tem mostrado resultados surpreendentes no bloqueio da evolução degenerativa da doença.
Meu comentário: Como podemos observar, a prevenção deve ser feita logo cedo, quando ainda jovens, através dos exercícios físicos adequados e manter bom peso. Forte abraço em todos.
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